Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “Você é feliz? Como ser mais?”.
Um livro muito antigo falando sobre a felicidade, faz uma consideração muito simples, mas que é ao mesmo tempo muito profunda. Diz assim:
Queres ser feliz durante um dia? Compra uma roupa nova.
Durante uma semana? Mata um porco.
Durante um mês? Ganha um processo.
Durante um ano? Casa-te.
Em toda a vida? Seja um homem bom.
Por toda a eternidade? Seja um bom filho de Deus”
(Toth, T., “Segredo de Heroísmos”, p. 223).
Estas breves palavras nos fazem pensar em algo é pouco falado: que a felicidade tem níveis. Em geral falamos que tal e tal coisa nos dão tal alegria, felicidade. Mas não falamos de níveis de felicidade. No entanto, ela tem níveis, e, se quero ser mais feliz, preciso ter consciência disso.
Poderíamos dizer que a alegria, a felicidade, se define nas seguintes categorias:
a) alegria sensível
É a alegria que experimentamos por coisas físicas ou materiais. Por exemplo, a alegria de ter dinheiro, de ter saúde, a alegria de ter comido bem, de um fim de semana com sol etc.
Um filósofo antigo, Boécio, distinguiu cinco vertentes da felicidade humana, no seu lado sensível.
– o prazer – referindo-se à comida, à bebida, ao descanso, a uma compra;
– a riqueza – poder contar com bens econômicos, com a comodidade;
– o poder – a possibilidade de mandar, de ser ouvido, de ser obedecido;
– a honra – ser bem considerado, estimado;
– a glória – ter a fama.
Mas notamos com facilidade que só esse componente sensível não realiza. Como o homem foi feito para mais, nenhuma realidade material satisfará o seu coração.
b) alegria interior
É uma alegria mais profunda. É a alegria de todos aqueles que têm conteúdo na alma. Ou seja, das pessoas boas, de valor. É a alegria das pessoas que são corretas, honestas, retas, das pessoas que fazem o bem aos outros.
É a alegria de ser um bom pai, uma boa mãe, um bom profissional, uma pessoa que faz o bem aos amigos e conhecidos.
Há histórias muito bonitas de pessoas que foram presas, por perseguição religiosa ou política, por exemplo, e, portanto, privadas das alegrias sensíveis mencionadas acima, que ainda assim se sentiam felizes por experimentar a alegria interior de ser boas, de ter valor, de ter amor no coração.
c) alegria transcendente
É a alegria de saber-se amado por Deus. Essa é a maior alegria que existe. E a profundidade desta alegria é tão grande ou o fundamento desta alegria é tão profundo, que podemos estar privados de toda alegria sensível e, em certo sentido até da alegria interior mencionada acima, e mesmo assim nos sentirmos felizes. Podemos estar passando por uma privação material, por uma grande tribulação, por uma doença grave, por uma situação econômica muito preocupante, pela perda de uma pessoa querida, e mesmo assim sentir uma alegria no fundo da nossa alma, por nos saber queridos e amados por um Deus tão bom, que faz concorrer tudo para o bem, que nunca nos abandonará, que nos promete uma felicidade eterna.
Além da imensa alegria de sentir-se amado por Deus, quem está junto de Deus é inspirado por Ele a ter sentimentos cada vez mais nobres, a amar o próximo e fazer muitas coisas bonitas aos outros. E assim também sentirá uma alegria divina que é a alegria de dar a vida pelos outros. Alegrias que não se comparam às alegrias sensíveis, materiais.
Uma boa pergunta que podemos fazer hoje é esta: em que nível está a minha alegria? No nível sensível, no nível interior? Já descobri a alegria transcendente?
Se queremos ser maximamente felizes, só há um caminho: alcançar a alegria transcendente. É o disse Jesus à Santa Catarina de Sena no seu livro “Diálogo”: “Por que o homem foi posto por cima de todas as coisas criadas, e não as coisas criadas acima dele, não pode saciar-se nem estar tranquilo senão nas coisas maiores que ele. Superior a ele não há nada senão Eu, Deus Eterno, e por isso só Eu vos posso saciar. Ao estarem privados de mim, estareis em contínuo tormento e pena”.
Pensemos nessas ideias!!!
Uma semana abençoada a todos!
Padre Paulo