Quem de nós não gostaria de estar abandonado nas mãos de Deus a toda hora. No entanto, quantas vezes, nos encontramos tensos, nervosos, aflitos, angustiados, ansiosos, etc.
Um dos maiores desafios do homem moderno é estar abandonado nas mãos de Deus. Tudo nos preocupa, tudo nos inquieta. Sofremos pressões e cobranças de todos os lados.
É a cobrança:
– no estudo: as notas, passar de ano;
– no trabalho: o chefe que nos exige cada vez mais, o negócio que tem que ir para frente;
– econômica: ter dinheiro para se sustentar, para sustentar a família, para o futuro;
– da esposa, do marido, dos filhos;
– dos parentes e amigos, etc, etc.
E, nem se diga, se algo grave está acontecendo:
– problema de saúde: nosso, de um familiar, de um amigo próximo;
– problema econômico: desemprego, falência.
O que Deus nos diz diante de todas estas preocupações graves e menos graves: que devemos estar abandonados nas suas mãos, que Ele é nosso Pai e, por isso, não devemos nos inquietar. Ele providenciará tudo o que nos fizer falta.
É o que Ele nos ensina através destas palavras tão conhecidas do Evangelho:
Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam; Contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? (Mt 6, 25-28).
Gostaria que se gravasse no coração de todos esta história tão bonita contada por um amigo no seu livro “Serenidade e paz pela oração”, onde nos mostra uma experiência viva do abandono:
Lembro-me que quando era criança o meu pai, para ensinar-me a nadar, queria que eu começasse a boiar. Dizia-me: fica de costas; põe a cabeça para trás; estende as mãos como se abraçasse o mar; estica bem as pernas. Agora relaxa, meu filho, o mar lhe sustentará.
Eu fazia isso e me afundava, engolia água e ficava assustado.
“Mas pai, que brincadeira é esta? Você quer que eu me afogue?”
– ‘Não, meu. filho, não; o que eu quero é que você aprenda a nadar.”
– Mas então porque me afundo? ” Você se afunda porque você está tenso.” E o meu pai acrescentou: vamos fazer uma nova tentativa: eu fico amparando você com as minhas mãos.” E assim o fez: “relaxa, relaxa, relaxa, – dizia-me: – ‘ “confia, confia, confia. Eu vou tirar uma mão. Você vê que não se afunda? Eu vou tirar a outra. Você já repara que agora é o mar que o sustenta? Estou aqui por perto. Confia…” E assim aprendi a boiar. Boiava suavemente, repousadamente, olhando para o céu tempos e tempos. Mais ainda, foi assim que pouco a pouco tornei-me um bom nadador, como meu pai me assegurava.
Nós afundamos porque não confiamos, porque estamos tensos. Você já experimentou “boiar” em Deus? Abandonar-se em Deus? Confiar em Deus ilimitadamente?
“Relaxa, relaxa, relaxa… Confia, confia, confia…” É o que agora nos diz o nosso Pai do Céu.
E concluía:
A nossa segurança é proporcional à nossa confiança. Toda a força de Deus está, por assim dizer, em dependência do nosso abandono. O mar de Deus nos sustenta. O abandono provoca o poder e a misericórdia de Deus, move as entranhas do nosso Pai, como quando uma criança, aos prantos, se agarra ao pai, gritando: eu só confio em você!..; eu só confio em você”. Será que um pai na terra não empregaria toda a sua força para não decepcionar o seu filho que clama dessa maneira? E que poderíamos dizer de Deus, infinitamente bom e todo poderoso, quando pedimos a sua ajuda como se Ele fosse o único possível salvador? (Rafael Llano, Serenidade e paz pela oração).
Aprendamos a abandonar todas as nossas preocupações nas mãos de Deus (isto não significa que fiquemos de braços cruzados; o abandono supõe colocar tudo da nossa parte para resolver os problemas da nossa vida) e encontraremos esta paz tão desejada por todos nós.
Façamos atos de abandono nas mãos de Deus, sempre que for preciso. Pode nos ajudar repetir as palavras do Salmo 22 ou outra oração de abandono como esta: “Senhor, em tuas mãos abandono o presente, o passado e o futuro, o pequeno e o grande, o temporal e o eterno. Assim seja, assim seja!”
Imaginemo-nos frequentemente nos braços do nosso Pai Deus, dormindo como uma criança recém-nascida.
Uma santa semana a todos!
Pe. Paulo