Olá! Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “O abandono nas mãos de Deus”.
Ao atender as pessoas, vejo quanto elas vivem tensas e ansiosas. Pode-se dizer que a tensão nervosa é uma das maiores doenças do mundo moderno. Muitas pessoas:
– vivem com a coluna toda rija;
– não conseguem dormir direito;
– estão sempre com dor de cabeça;
– procuram todo tipo de relaxamento e não conseguem relaxar.
O que eu diria a essas pessoas? Diria a elas que vivem assim porque não ouviram falar sobre um dos pilares da vida espiritual que é o “abandono nas mãos de Deus”, ou já ouviram falar dele, mas ainda não aprenderam a interiorizar seu significado.
De fato, o abandono nas mãos de Deus é uma das verdades mais fundamentais do cristianismo! E qual é essa verdade?
Que Deus é Pai e, justamente porque é Pai, está do nosso lado para resolver todos os problemas da nossa vida. Mais ainda: nós não existiríamos se Ele não nos tivesse criado; os problemas da nossa vida não existiriam se Ele não os quisesse (e podem desaparecer a hora que Ele quiser). Mas Ele os quer porque, tendo de lidar com eles, nós amadurecemos humana e espiritualmente. Deus nos diz (e isso é importantíssimo): “A sua parte para solucioná-los é apenas uma pequena parte, diria uns 10%; da outra parte, os 90% restantes, sou eu que tomo conta”. Deus nos diz: “Faça a sua parte, os 10%, que eu faço o resto, os 90%”.
Vendo de outra forma, Deus nos diz: “Você já reparou que, diante dos teus problemas, você tem controle apenas de uma pequena parte? Por exemplo, você não tem o controle do futuro, não tem o controle da sua saúde, não tem o controle da liberdade dos seus filhos, porque eles são livres, você não tem o controle do que o seu chefe pode fazer amanhã com você, não tem o controle do mercado financeiro, ele pode se voltar contra você a qualquer momento etc., etc. Sobre tudo isso você pode fazer algo, pode controlar algo como 10%. Mas do resto, os outros 90%, deixe que eu tomo conta. Eu sou seu Pai, eu cuido de você. Eu sou o principal interessado na sua felicidade”.
Nesse sentido, qual é o erro em que muitas pessoas incorrem? Eu diria que são dois:
– querer controlar tudo; e isso é simplesmente impossível para nós, seres humanos; como acabamos de ver, não controlamos quase nada! Como diz um velho refrão africano, “por que hás de levar o mundo nas costas se o mundo não te pertence?”. E diríamos com toda a paz: pertence a Deus!
– não confiar em Deus; não confiar que Ele nos ama, que está do nosso lado e é o principal interessado em nossa felicidade. Não confiar que os problemas só existem porque Ele os confiou a nós; e não por uma brincadeira sádica, mas como bom Pai, que quer nos ver crescer diante das dificuldades.
As pessoas me perguntam: então qual é a minha parte? Eu respondo: a sua parte é lançar mão de todos os meios para resolver os problemas, até antes do limite em que se começa a perder a paz. Esta é a nossa parte e não mais do que isto! Se começo a perder a paz é sinal de que estou indo além deste limite, é sinal de que já estou fazendo mais do que aquilo que me compete, mais do que os 10%.
Um parâmetro importantíssimo: Deus jamais quer que percamos a paz! Se eu perco a paz é porque já estou querendo controlar coisas além do que me cabe. Este é o abandono: ocuparmo-nos dos nossos deveres e não nos (pre) ocuparmos com eles. Administrar problemas, muitos problemas, ter pressões de todos os lados, mas estando sempre serenos, abandonados.
Para terminar, sugiro uma frase para exercitar o abandono todas as vezes que começarmos a perder a paz: “Senhor, em tuas mãos abandono o presente, o passado e o futuro, o pequeno e o grande, o temporal e o eterno. Assim seja, assim seja!“.
Uma santa semana a todos!
Pe. Paulo