Catequese sobre os mandamentos – XI: considerações sobre o sexto mandamento

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “considerações sobre o sexto mandamento – I”.
 
Continuemos a catequese sobre os mandamentos do Papa Francisco:
 
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No nosso itinerário de catequeses sobre os Mandamentos, hoje chegamos à sexta Palavra, que se refere à dimensão afetiva e sexual, e recita: “Não cometerás adultério”.
 
A exortação imediata é à fidelidade e, com efeito, nenhum relacionamento humano é autêntico sem fidelidade e lealdade.
 
Não se pode amar só enquanto for “conveniente”; o amor manifesta-se além do limite da própria vantagem, quando se doa tudo incondicionalmente. Como afirma o Catecismo: «O amor quer ser definitivo. Não pode ser “até nova ordem”» (n. 1.646). A fidelidade é a característica da relação humana livre, madura, responsável. Até um amigo se demonstra autêntico, porque permanece como tal em qualquer eventualidade, caso contrário não é um amigo. Cristo revela o amor autêntico, Ele que vive do amor ilimitado do Pai, e em virtude disso é o Amigo fiel que nos acolhe mesmo quando erramos e quer sempre o nosso bem, até quando não o merecemos.
 
O ser humano tem necessidade de ser amado sem condições, e quem não recebe esse acolhimento tem em si uma certa incompletude, muitas vezes sem o saber. Existe o risco de chamar de “amor” as relações egoístas e imaturas, com a ilusão de encontrar luz de vida em algo que, no melhor dos casos, é apenas o seu reflexo.
 
Assim acontece, por exemplo, quando supervalorizamos a atração física, a qual em si é uma dádiva de Deus, mas que tem como finalidade preparar o caminho para uma relação autêntica e fiel com a pessoa (…).
 
Portanto, a chamada à vida conjugal exige um discernimento atento sobre a qualidade da relação e um período de noivado para averiguá-la. A fim de aceder ao Sacramento do Matrimônio, os noivos devem amadurecer a certeza de que no seu vínculo está a mão de Deus, que os precede e acompanha, permitindo-lhes dizer: “Com a graça de Cristo, prometo ser-te sempre fiel”. Não podem prometer fidelidade «na alegria e na dor, na saúde e na doença», nem amor e honra um ao outro, todos os dias da sua vida, unicamente com base na boa vontade ou na esperança de que “isto funcione”. Precisam fundamentar-se no terreno firme do Amor fiel de Deus. E por isso, antes de receber o Sacramento do Matrimônio, é necessária uma preparação atenta (…) porque a vida inteira depende do amor, e com o amor não se brinca. Não se podem definir como “preparação para o casamento” três ou quatro encontros realizados na paróquia; não, isso não é preparação: é falsa preparação (…). A preparação deve ser madura e leva tempo (…).
 
Com efeito, a fidelidade é um modo de ser, um estilo de vida (…) permanecendo fiel à verdade nos próprios pensamentos, nas próprias ações. Uma vida tecida de fidelidade exprime-se em todas as dimensões e torna homens e mulheres fiéis e confiáveis em todas as circunstâncias.
 
Mas para chegar a uma vida tão bonita não é suficiente a nossa natureza humana, é preciso que a fidelidade de Deus entre na nossa existência, nos contagie. Esta sexta Palavra chama-nos a dirigir o olhar para Cristo, que, com a sua fidelidade, pode tirar de nós um coração adúltero e doar-nos um coração fiel. N’Ele, e somente n’Ele, existe o amor sem reservas nem arrependimentos, a doação completa, sem parênteses, e a tenacidade do acolhimento total.
 
A nossa fidelidade deriva da sua morte e ressurreição, a constância nos relacionamentos deriva do seu amor incondicional. A comunhão entre nós e a vivência dos nossos vínculos na fidelidade derivam da comunhão com Ele, com o Pai e com o Espírito Santo.
 
Uma santa semana a todos!!!
 
Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.