Olá todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “o excesso de trabalho e a paz”.
Vivemos num mundo onde somos submetidos a uma enorme pressão:
– pressão profissional: o trabalho que é intensíssimo e parece engolir-nos todos os dias; fora isso, ter que ir atrás de cursos de especialização, MBA, falar fluentemente o inglês etc;
– pressão familiar: cuidado da família, dos filhos, do marido, da esposa, dos pais, dos parentes;
– pressão dos amigos: que requerem constantemente a nossa atenção;
– pressão do cuidado pessoal: dedicar um tempo para fazer exercício para estar em forma, saudável;
– pressão social: ir às festas, casamentos, aniversários, comemorações de diversos tipos;
– pressão do cuidado da casa: a máquina de lavar que está quebrada, o piso da cozinha que precisa ser trocado, a prateleira que está caindo etc.
Diante de tudo isto, alguém poderia dizer: como ter paz nesta vida tão atribulada?
Não há dúvida que é um desafio! E é tão difícil que hoje são inúmeras as pessoas que vivem sem paz, numa neurose constante.
Para encontrar a paz a primeira luz que devemos ter é que o dia que devemos ter não é aquele que é fruto da pressão que as coisas exercem sobre mim, mas “é aquele que Deus quer que tenhamos”. De tal maneira que se naquele dia eu fiz o que Deus queria que eu fizesse, mesmo que eu não tenha feito tudo que a minha consciência me pressionava, eu posso dormir em paz com a consciência tranquila.
Um autor explica esta verdade nestas belas palavras:
Muitas vezes Deus consente que a carga de trabalho ultrapasse as nossas forças e que, apesar de toda a nossa boa vontade, não consigamos terminar as nossas tarefas em tempo oportuno.
Pois bem, uma vez que as nossas ocupações são queridas por Deus, e não motivadas por simples impulsos humanos, ele quer que apliquemos todo o cuidado no desempenho de cada uma delas. Feito isto, o nosso dever estará cumprido, pois Deus não nos pede um esforço angustiado e trepidante, antes pelo contrário, no-lo proíbe. Deseja somente ver-nos agir na medida das nossas forças, generosamente, sacrificadamente, mas sem que nos angustiemos.
Deus quer ver-nos intensamente ocupados, não preocupados. Se houver obrigações que não possamos terminar no dia com seriedade e aplicação que o dever exige, permaneçamos em paz: a Vontade divina já foi cumprida neste dia. Fizemos o que nos competia e o Senhor está contente. Recomeçaremos no dia seguinte.
Nunca nos angustiemos, portanto; nunca nos deixemos inquietar pelas nossas ocupações, por mais urgentes e graves que sejam. Esmeremo-nos em conservar a serenidade em todo o nosso proceder (O dom de si, José Schrijvers, Editora Quadrante, São Paulo).
Este é o grande segredo da paz: fazer no dia “o que Deus quer que façamos” e não o que o mundo nos pressiona ou eu mesmo imponho a mim mesmo.
E Deus quer a nossa paz. Deus não quer que percamos em nenhum momento do dia a paz interior. E quer também que durmamos as horas necessárias que, como os médicos costumam dizer, devem estar em torno de 7 a 8 horas.
Procuremos viver a partir de agora desta maneira: planejar o dia perguntando a Deus o que devemos fazer naquele dia. Perguntemos a Deus o tempo que devemos gastar com o trabalho, com o estudo, com a esposa, com o marido, com a família, com os filhos, com o cuidado pessoal, com a casa etc. E nos atenhamos só a isto. Tendo cumprido o que Deus nos mostrou no dia, durmamos em paz, durmamos como se costuma dizer “o sono dos justos”, com a consciência de termos feito naquele dia a “Vontade de Deus”, que é a única que realmente importa.
Se agirmos assim, vamos experimentar este bem tão desejado que é a paz interior, fruto de fazermos a cada dia a “Vontade de Deus”. Vale a pena!
Uma santa semana a todos!
Padre Paulo