Preparação para o Natal – III: a porta do perdão

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “preparação para o Natal – III: a porta do perdão”.
 
Conforme dissemos na semana passada, para que Cristo entre neste Natal em nosso coração precisamos abrir algumas portas.
 
Na semana passada, falamos sobre a porta da humildade. Gostaria de falar nesta semana sobre outra porta importantíssima para que o Menino Jesus possa nascer em nosso coração: a porta do perdão.
 
Podemos dizer desde já que o perdão mantém a porta ventilada para o amor. No coração de uma pessoa que perdoa, o amor transita livremente. Seu coração é leve, é capaz de voar alto, de respirar ar puro. Por outro lado, a partir do momento em que uma pessoa decide não perdoar, ela começa a respirar um ar pesado para a sua alma, passa a desconfiar de todo mundo, fecha-se, começa a ser corroída pela mágoa e o seu amor ao próximo vai esfriando.
 
E Jesus foi bem claro em sua pregação ao estabelecer a relação entre o amor ao próximo e o amor a Deus: um influencia diretamente o outro. “Aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4, 20). E, como o amor e o perdão andam juntos, esta frase de Jesus poderia ser dita perfeitamente desta forma: “Aquele que não perdoa seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê”.
 
Ou seja: a pessoa que não perdoa corta o acesso a Deus, não pode abrigar Deus em seu coração, não pode ter acesso ao Menino Jesus no Natal.
 
Façamos o propósito, portanto, de tirar qualquer mágoa que esteja no nosso coração. Isso não significa que vamos chamar de certo o que está errado, mas significa que vamos compreender quem nos ofendeu, apesar de ter agido errado conosco. Não vamos compreender o erro, mas vamos compreender quem errou.
 
A festa de Natal às vezes não costuma ser lembrada como algo abençoado, pois há irmãos que não se falam e não ficam juntos neste dia ou houve rusgas entre algumas pessoas nas reuniões anteriores etc. É uma grande pena que isso possa acontecer. É a última coisa que Deus desejaria. Mas tudo se resolve com o perdão, quando se faz o amor vencer. Se ainda guardo mágoa de alguém, a proximidade do Natal é uma grande oportunidade para exercitar o perdão!
 
Estas palavras de São Bernardo nos ajudam a perdoar: “Ainda que vejais algo de mau, não julgueis imediatamente o vosso próximo, mas antes desculpai-o no vosso interior. Desculpai a intenção se não puderdes desculpar a ação. Pensai que a terá praticado por ignorância, por surpresa ou por fraqueza. Se o erro for tão claro que não o possais dissimular, ainda então procurai dizer para vós mesmos: a tentação deve ter sido muito forte!” (S. Bernardo).
 
Façamos o propósito também de pedir perdão a Deus por todos os nossos pecados que ainda estão em nosso coração. Por isso, uma das grandes recomendações do Natal é que façamos uma boa confissão. Sou testemunha da alegria que as pessoas sentem quando se confessam. Sentem-se leves, com paz, com uma profunda paz, e com a certeza de estarem em harmonia com Deus. Vale a pena! Eu estarei esperando quem quiser se confessar neste Natal de braços abertos!
 
Agindo assim, já teremos percorrido um bom caminho que leva até a gruta de Belém. Os balbucios do Menino Jesus já nos parecerão mais familiares e estaremos a um passo de abraçá-lo e festejar o seu nascimento.
 
Uma santa semana a todos!
 
Padre Paulo M. Ramalho
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Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.