Santa Missa (I)

Gostaria de falar esta semana sobre a Santa Missa.
É uma pena que hoje poucas pessoas a assistam. Lembro-me numa ocasião que na Igreja onde fui batizado colocaram um outdoor dizendo assim: “Faça um milagre: vá à Missa neste domingo!”
De fato, hoje é praticamente um milagre para muitas pessoas ir à Missa no domingo. É muito mais fácil acordar cedo para dar uma caminhada ou uma corrida do que ir à Igreja.
O que tenho a dizer sobre isto?
Que compreendo muitos de vocês! De fato, se não se entende o que é a Missa, o seu valor, é difícil sair da cama e de casa no domingo para ir até a Igreja mais próxima.
Mas, então, qual é o valor da Santa Missa? Se bem que a pergunta hoje é mais egoísta: o que eu “ganho” indo à Santa Missa?
Seu valor é, numa palavra, infinito!!!
Mas alguém poderá dizer:
– mas eu não sinto nada quando vou à Missa!
– pelo contrário: sinto tédio vendo o sermão tão chato do padre, vendo que a Missa demora uma eternidade! De fato, estes são erros que não deveriam acontecer.
Mas o valor da Missa tem pouco a ver com o padre, ou com o seu sermão. O valor da Missa reside no fato de ser uma obra realizada pela Santíssima Trindade!
A Missa é um verdadeiro “espetáculo da fé”!!! O que lá ocorre principalmente, os nossos olhos não veem. É um espetáculo realizado pela Santíssima Trindade que deixa no chinelo qualquer espetáculo humano que já presenciamos. O autor do espetáculo é nada mais nada menos do que Deus. Neste espetáculo, no momento culminante, seremos transportados de modo misterioso ao Calvário para presenciarmos os últimos momentos da vida de Cristo.
Um modo de ver que a Missa é um “espetáculo de fé” é ver, por exemplo, o que o Padre Pio, que Deus lhe concedeu dons extraordinários (estigmas, realizar milagres, saber o futuro, bilocacão, etc) revelou sobre a Santa Missa num diálogo com uma paroquiana sua chamada Cristina Morcaldi. São palavras impressionantes!!!
– Padre, o que é a vossa Missa?
– Um complemento sagrado da paixão de Jesus.
– O que devo ver na vossa Santa Missa?
– Todo o Calvário.
– Padre, diga-me, quanto você sofre na Santa Missa?
– Tudo aquilo que sofreu Jesus na Paixão, de modo proporcionado, eu o sofro, quanto é possível a uma criatura humana. E isto contra todo o meu mérito e só por sua bondade.
– Padre, é verdade que durante a Missa você sofre o suplício da coroação de espinhos?
– E você tem dúvida?
– Eu o vi tremer enquanto você subia os degraus do altar. Por quê? Por aquilo que você irá sofrer?
– Não por aquilo que devo sofrer, mas por aquilo que devo oferecer.
– Por que você chora sempre, Padre, quando lê o Evangelho?
– E parece pouco a você que um Deus converse com as suas criaturas? (…)
– Por que você chora no Ofertório?
– Você deseja tirar-me um segredo? Pois bem. É o momento em que a alma é separada do profano.
– Diga-me, por que você sofre tanto na consagração?
– Por que é neste momento que acontece uma nova e admirável destruição e criação (…) Perguntas-me por que sofro? Não pequenas lágrimas, mas torrentes de lágrimas gostaria de derramar! Você não compreende que tremendo mistério é este? Um Deus vítima dos nossos pecados! (…)
– Padre, por que você não cede também um pouco a nós esta paixão?
– As jóias do Esposo não se presenteiam a ninguém”
 
Uma vez perguntaram ao Padre Pio como podia passar tanto tempo de pé sobre as suas chagas durante a Santa Missa. Ele respondeu: “Minha filha, durante a Missa eu não estou de pé: estou suspenso com Jesus na Cruz” (Renzo Allegri, A tu per tu con Padre Pio, Ed. Mondadori, 1965, pag. 270 ss.).
Amemos mais a Santa Missa!!! É algo muito grande o que Deus realiza em cada Missa e são incontáveis as graças que recebemos!
Na próxima mensagem comentarei um pouco estas impressionantes palavras do Padre Pio.
Que Deus vos abençoe a todos nesta semana!

Pe. Paulo.

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