Catequese sobre os mandamentos – V: o segundo mandamentos – II

Olá a todos!
Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “considerações sobre o segundo mandamento – II”.
 
Continuemos a catequese sobre os mandamentos do Papa Francisco:
 
* * *
 
Continuemos as catequeses sobre os mandamentos, e hoje abordemos o segundo mandamento: «Não pronunciarás em vão o nome do Senhor, teu Deus» (Êx 20, 7). Lemos justamente esta Palavra como o convite a não ofender o nome de Deus e a evitar usá-lo inoportunamente. Esse claro significado nos prepara para aprofundar ulteriormente estas palavras preciosas (…)
 
Ouçamo-las melhor. A versão «Não pronunciarás» traduz uma expressão que significa literalmente, tanto em hebraico como em grego, «não assumirás, não te responsabilizarás».
 
A expressão «em vão» é mais clara e quer dizer: «de qualquer maneira, inutilmente».
 
Na Bíblia, o nome é a verdade íntima das coisas e sobretudo das pessoas. O nome representa muitas vezes a missão. Por exemplo, Abraão no Gênesis (cf. 17, 5) e Simão Pedro nos Evangelhos (cf. Jo 1, 42) recebem um nome novo para indicar a mudança no rumo da sua vida. E conhecer verdadeiramente o nome de Deus leva à transformação da própria vida: a partir do momento em que Moisés conhece o nome de Deus, a sua história muda (cf. Êx 3, 13-15).
 
Nos ritos judaicos, o nome de Deus é proclamado solenemente no Dia do Grande Perdão, e o povo é perdoado porque por meio do nome se entra em contato com a vida do próprio Deus, que é misericórdia.
 
Podemos interrogar-nos: há pessoas que usam o nome de Deus de maneira hipócrita, como uma formalidade, em vão? Infelizmente, a resposta é positiva: sim. Pode-se viver uma relação falsa com Deus. Jesus dizia-o referindo-se àqueles doutores da lei: eles fazem muitas coisas, mas não cumprem a vontade de Deus. Falam de Deus, mas não fazem a vontade de Deus. E o conselho que Jesus dá é: “Fazei aquilo que eles dizem, mas não o que eles fazem”.
 
Este segundo mandamento do Decálogo é um convite a uma relação com Deus que não seja falsa, hipócrita.
 
Esse é o cristianismo que sensibiliza os corações. Por que os santos são capazes de sensibilizar os corações? Porque os santos não só falam, mas fazem! O nosso coração comove-se quando uma pessoa santa nos fala, nos diz coisas. E isso acontece porque vemos nos santos aquilo que o nosso coração deseja profundamente: autenticidade, relacionamentos autênticos, radicalidade.
 
Se multiplicarmos os cristãos que assumem o nome de Deus sem falsidades — praticando assim o primeiro pedido do Pai-Nosso, «santificado seja o vosso nome» —, o anúncio da Igreja será mais ouvido e se tornará mais confiável (…)
 
O nome de cada um de nós está sobre os ombros de Cristo. É Ele que nos carrega! Vale a pena tomar sobre nós o nome de Deus, porque Ele assumiu o nosso nome até as últimas consequências. Ele assumiu-o para nos perdoar, para infundir o seu amor no nosso coração. Por isso, neste mandamento, Deus proclama: “Coloca o meu nome sobre ti que eu colocarei o teu nome sobre mim”.
 
Quem quer que seja pode invocar o santo nome do Senhor, que é Amor fiel e misericordioso, em qualquer situação que se encontre. Deus nunca dirá “não” a um coração que o invoca sinceramente.
 
Uma santa semana a todos!!!
 
Padre Paulo M. Ramalho
falar.paulo@gmail.com
site.fecomvirtudes.com.br
https://www.instagram.com/fecomvirtudes/?hl=pt-br
Para receber minhas reflexões, instale o TELEGRAM e inscreva-se aqui:  https://t.me/padrepaulo
*******************
Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo.